Pernambucanos promovem contação de histórias de porta em porta

                                         Luciano Pontes e Gustavo Vilar resgatam tradição da oralidade em projeto itinerante

O projeto já percorreu o bairro de Santo Amaro e o município de São Lourenço da Mata. Foto: Lana Pinho/Divulgação
O projeto já percorreu o bairro de Santo Amaro e o município de São Lourenço da Mata. Foto: Lana Pinho/Divulgação

Há quanto tempo você não senta para ouvir uma história? Nos dias de hoje, com informações circulando a todo segundo, a tradição da oralidade está sob séria ameaça. E a contação de aventuras e poesias - repassadas no boca a boca - acaba restrita a crianças ou a memória. O resgate desta prática é exatamente o que defende o ator e escritor Luciano Pontes, no projeto Histórias de Porta em Porta.

Membro da companhia Meias Palavras e há mais de 10 anos no meio artístico, Luciano conta que o projeto nasceu de forma despretensiosa. "Nossa cultura é uma coisa linda. É algo que, se não for cuidado, corre o risco de ser esquecido. É muito bom poder levar essas histórias a crianças, idosos, gente de todas a idades".

Até agora, Luciano e o parceiro de projeto, Gustavo Vilar, já realizaram duas intervenções: no bairro de Santo Amaro, região central do Recife, em outubro passado, e em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, neste mês de abril.

A segunda edição do projeto foi registrado em vídeo que acabou viralizando no Facebook: "Começou simples. Era mais para termos o registro da visita, acabou sendo bem compartilhado. Para mim, é emocionante ler os comentários, todo mundo apoiando a ideia", conta.

O Histórias de Porta em Porta funciona assim: Luciano e Gustavo percorrem a região a pé, sempre com instrumentos musicais e performances lúdicas. Eles batem de porta em porta e oferecem a contação de histórias. Até agora, não há planos, a curto prazo, para uma nova intervenção, mas Luciano espera que a visibilidade dada pelo vídeo no Facebook resulte em convites.

Entrevista  Luciano Pontes, ator e escritor

Como tem sido a recepção do público nos locais por onde a intervenção passa?

A melhor possível. Tivemos relatos lindos de que a população do lugar onde visitamos em São Lourenço já pede que a gente volte, as pessoas de lá lembram da gente. E é uma coisa bem simples, a gente senta, toma um café, come um pedacinho de bolo. Isso acaba também chamando a atenção de mais gente, vão se formando pequenas plateias.

E como surgiu a ideia?

Então, na verdade, não é nada de novo, né? Os antigos trovadores já faziam isso. Me veio essa vontade de resgatar essa coisa da oralidade mesmo, de prosa. As pessoas tirarem um tempinho para ouvir uma música, uma história, eu acho que isso agrega não só a quem ouve, como também a mim e ao meu trabalho.

Você já tem planos para o futuro do projeto?

Por enquanto, não. Fizemos essas duas primeiras intervenções, que deram bons resultados, vimos que as pessoas realmente gostaram e se envolveram. Esperamos que isso chame mais a atenção e estamos abertos a convites.

Por Diário de Pernambuco

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