Governo do Estado registra dois novos patrimônios vivos de Alagoas
Antonio Celestino e Iraci Ana Bonfim chegam para completar o time de 39 mestres em Alagoas (Fotos: Júlya Rocha) |
Em Alagoas, o dia 22 de agosto amanheceu mais colorido.
Comemorado em todo o Brasil, o Dia do Folclore dedica a data de hoje a
toda a sua cultura e tradição. E, aqui, não é diferente. Rica em
manifestações culturais, no mês de agosto a terra do dos marechais passa
a ser também a terra dos folguedos, variados e encantadores. À frente
de muitas dessas manifestações encontram-se mestres que têm como dever
fazer a tradição ultrapassar gerações, trabalho nem sempre muito fácil.
Pensando nisso, o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de
Estado da Cultura (Secult), instituiu o Registro do Patrimônio Vivo de
Alagoas, voltado para mestres e mestras que detenham conhecimentos ou
técnicas necessárias para a produção e preservação de aspectos da
cultura tradicional ou popular de uma comunidade estabelecida no Estado,
nas áreas de danças e folguedos da cultura popular, literatura oral
e/ou escrita, gastronomia, música, artes cênicas, artesanato, dentre
outras manifestações.
Na manhã desta terça-feira (22), no Museu Palácio Floriano Peixoto
(Mupa), foi realizada a diplomação de dois novos mestres, que chegaram
para completar o time que agora passa a contar com 39 integrantes.
Iraci Ana Bomfim de Melo, 60 anos, guerreira do município de Girau do
Ponciano, e Antonio Celestino da Silva, 79 anos, pajé da tribo
Xucuru-Kariri, foram reconhecidos como mestres do patrimônio vivo de
Alagoas.
“É realmente emocionante estar aqui hoje”, conta mestre Antônio. “Eu
sofri muito desde criança e nunca imaginei estar diante de todas essas
pessoas, sendo tão admirado. Sou humilde, mas me sinto rico, devido a
essa virtude que Deus me deu e vocês conseguiram enxergar. Esse título
não muda em nada o meu trabalho; meu papel foi e sempre será defender o
meu povo do extermínio e genocídio, que, infelizmente ainda fazem parte
da nossa realidade”.
Para a mestra Iraci, o Guerreiro, que sempre se fez presente no seu
cotidiano, é muito mais que um folguedo. “O Guerreiro faz parte da minha
vida desde os 4 anos de idade. Mas só em 1988 comecei a mestrar, e não
parei mais. O Guerreiro é minha casa, minha vida e, para que isso
perdure, fiz minha parte, inserindo todos os meus filhos nessa tradição.
Hoje só peço a Deus muitos anos pela frente e saúde, pois meu papel é
fazer com que esse folguedo passe, cada vez mais, a fazer parte das
futuras gerações”, encerra.
A cerimônia de diplomação teve fim por volta do meio dia, mas a
celebração continuou do lado de fora do Mupa, com apresentações do grupo
de pastoril Recordar é Viver e a banda de pífano Flor do Nordeste.
Por Blog Adalberto Gomes Noticias com Agência Alagoas
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