Em Palestina/AL, Ministério Público consegue implantação de escola de futebol para adolescentes em situação de vulnerabilidade social
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Tirar crianças e adolescentes da
situação de vulnerabilidade social, despertá-los para o esporte,
afastando-os, assim, do risco de cometimento de atos infracionais e, por
fim, oferecer a esse público uma possibilidade de futuro melhor. Esse é
o objetivo de um projeto que está sendo desenvolvido pela Promotoria de
Justiça de Palestina e que conta com o apoio da Prefeitura daquele
município. Essa ação segue a Recomendação nº 26 do Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), que fala sobre o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo, o Sinase.
O projeto fará parte do Sistema
Municipal de Atendimento Socioeducativo (Simase), que é baseado no
Sinase. Nele, um time de futebol foi criado e está beneficiando, a
princípio, 30 adolescentes. Todos eles já ganharam fardamento e vão
poder treinar algumas vezes por semana. O professor, que está engajado
na causa, foi escolhido pelo perfil social que possui. Todos os
detalhes, segundo a promotora de Justiça Marta Bueno, foram pensados de
maneira cuidadosa a fim de que a atividade pudesse trazer os melhores
resultados.
“O CNMP expediu uma recomendação para
que os promotores de Justiça com atuação na área da infância e da
Juventude acompanhassem de perto a elaboração dos Planos Estaduais e
Municipais de Atendimento Socioeducativo, que devem ser frutos de
construções coletivas, já que se tratam de sistemas envolvendo atores
das mais diferentes instituições e áreas de atendimento. Como precisamos
agir de forma integrada, articulada e compartilhada, com políticas
públicas voltadas para crianças e adolescentes, conversamos com a
Prefeitura e sugerimos começar pelo esporte, que tem um grande potencial
de mudar vidas. Felizmente, o município de Palestina não tem ninguém
cumprindo medida socioeducativa, o que já é uma vantagem. No entanto,
existem muitos deles em condição de vulnerabilidade social. Então,
fizemos um levantamento e já selecionados 30 meninos. Estamos apenas
dando o primeiro passo e esse projeto ainda vai crescer muito, é o que
todos nós desejamos”, afirmou a promotora Marta Bueno.
O projeto, que já vinha sendo discutido
há algum tempo, ganhou forma na semana passada e será lançado,
oficialmente, na próxima quinta-feira (24), no clube municipal da
cidade, a partir das 16h.
O Simase
O Simase vai acontecer seguindo as
diretrizes da Lei federal nº 12.594/2012, que cria o Sinase, sistema que
estabelece como obrigatória a elaboração e implementação de uma
política de atendimento compartilhada, fortalecida e preventiva que
envolva adolescentes e jovens com idade entre 12 a 17 anos em estado de
vulnerabilidade social. Tudo isso deve acontecer nos três níveis do
Poder Executivo: municipal, estadual e federal.
Em Palestina, como ainda não há
adolescentes cumprindo medidas socioeducativas, o trabalho começou a ser
executado de forma preventiva, para evitar que jovens cometam atos
infracionais. As atividades vão envolver as áreas de esporte, lazer,
saúde, assistência social e educação.
Nessa sua primeira fase experimental,
que terá duração de dois anos, o projeto vai beneficiar garotos que
estão apresentando baixo rendimento escolar e estão com idade avançada
nas séries em que estudam. Segundo a secretária municipal de Educação do
município, Edvânia de Morais, esses meninos foram selecionados tendo
como base pesquisas em dados escolares e nos levantamentos feitos pela
pasta de Assistência Social.
E como a atividade piloto será a
escolinha de futebol, além do professor, também haverá profissionais das
áreas de saúde, assistência social, educação física e psicologia para
acompanhar o desenvolvimento desses adolescentes.
Serão parceiros do Ministério Público
nesse projeto o Conselho Tutelar de Palestina, as Secretarias Municipais
de Educação, Saúde, Esporte, Cultura e Assistência Social.
A recomendação do CNMP
A Recomendação nº 26 do CNMP surgiu da
preocupação do Conselho em engajar ainda mais os Ministérios Públicos no
desenvolvimento de ações em prol da educação infantil e do Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo. Inclusive, ela faz parte do mapa
estratégico nacional do CNMP, que definiu esses dois temas como
prioritários na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Por MPE/AL
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