Lixo acumulado, salários atrasados e falta de infraestrutura revelam caos e abandono em Piranhas
O
município de Piranhas, no alto sertão alagoano, palco de filmes e novelas, cidade
conhecida como Lapinha do Sertão, vive momentos difíceis decorrentes da crise
que assola o país e, principalmente, pela má gestão municipal que, ao que
parece, perdeu o controle do gerenciamento público para pagamentos a
servidores, fornecedores e prestadores de serviços, da manutenção dos serviços
básicos (saúde, educação, limpeza, iluminação, etc) à população, gerando
revolta dos moradores.
Morador tapando buraco |
Avenidas
e ruas esburacadas é a realidade da cidade que recebe milhares de turistas no
mês, estatística que é alimentada semanalmente com o grande fluxo de visitantes nos finais
de semana. Os buracos de algumas vias públicas a prefeitura conseguiu, junto ao
DER (Departamento de Estradas e Rodagens de Alagoas), tapar, mas, em outras
vias dos bairros Xingó, Nossa Senhora da Saúde e Nossa Senhora das Graças, moradores
tomam a iniciativa e fazem o serviço colocando terra para amenizar a
dificuldade dos motoristas.
Servidores
em várias secretarias estão com três meses em atraso e os efetivos só recebem
no mês subseqüente ao mês trabalhado, sem obediência do quinto dia útil. Os que
insistem em cobrar uma explicação de quando será o pagamento, os gestores respondem
que não há previsão. Os servidores do SAMU pararam as atividades esta semana,
mas retornaram nesta quinta-feira (18), depois de um acordo feito com o secretário
de Finanças. A reclamação dos moradores quanto à iluminação pública é gritante.
Bairros às escuras e sem nenhuma manifestação de conserto e reposição da
prefeitura.
O lixo se acumula e toma conta de inúmeros logradouros
públicos de Piranhas, decorrente da falta de recolhimento pelos caminhões cujos
prestadores de serviço do setor estão sem receber. “Piranhas vive uma situação de calamidade pública, na educação, saúde,
assistência. Piranhas está um verdadeiro lixão. E ainda pra completar
representantes do povo dizem não saber onde está o dinheiro, que entra três
vezes ao mês neste município. Para me isso aí é uma falta de respeito à
sociedade”, desabafou o cidadão Jailson Fabiano.
O
comércio local sofre com a situação promovida pela prefeitura e o
desemprego dos comerciários está sendo a saída dos empresários. Os
programas sociais Bolsa Leite e Bolsa Universitária estão meses em
atraso e, também,
a reposta é: sem previsão. “É vergonhoso ver a cidade nessa situação e os órgãos
competentes nada fazem”, declarou Elessandra Rodrigues.
Por Engenho de Notícias
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