Cantores mirins de Canindé de São Francisco/SE sonham com o sucesso, conheça a história

Alex e Alexandre

Sob o sol escaldante de 40 graus, na tarde de terça-feira de Carnaval, vou ao encontro de Alex e Alexandre, os meninos cantores da Lagoa do Frio, pequena povoação, localizada no município de Canindé de São Francisco, encravada no alto sertão sergipano, distante 213 km da capital sergipana, Aracaju.

Alex Gomes da Silva, 13 e Alexandre Gomes da Silva, 12, trabalham arduamente na roça, todos os dias, sol a pino, ao lado do pai para ajudar nas despesas da família. Apaixonados pela música, começaram a cantar aos três anos, inspirados pelo rei da sofrência, Pablo. A partir daí, não pararam mais. Se apresentaram para amigos, familiares, em vaquejadas, festas na escola e em outros eventos, deixando evidente a cada show que a música está presente em suas almas.

Filhos dos agricultores Marcos André da Silva e Rosineide Gomes de Oliveira, e dois de oito irmãos, Alex e Alexandre, sonham com o sucesso e uma vida melhor e, se emocionam, ao falar dessa reviravolta. “Sonhamos em fazer sucesso, crescer e ajudar nossa família”, contam com a voz embargada e lágrimas nos olhos.

Entre uma gargalhada e uma lágrima, os meninos da Lagoa do Frio, esquecem a vida dura no campo, o trabalho braçal da roça e contam que a inspiração para criar os versos que encantam nordestinos vem à mente com facilidade, à base de muito improviso. “Os versos surgem naturalmente, nada é escrito no papel, tudo fica na nossa cabeça”, contam. Além de cantarem aboios e toadas, cantos entoados pelos vaqueiros e muito comum em vaquejadas e no sertão, os irmãos Alex e Alexandre se aventuram também pelo mundo da sofrência.

Completamente envolvida com a história de determinação e superação dos sertanejos bravos, vou além e, quando questiono sobre o futuro, eles são categóricos. “Queremos viver da música, cantar por toda nossa vida. Somos movidos à música”, revelam emocionados.

Confira o vídeo: