Mais de 270 alagoanos estão na fila de espera por transplante de órgãos

Imagem Ilustrativa
 A vida da professora Quitéria Soares da Silva mudou em dezembro de 2011, quando descobriu que estava com problema renal. Nem de longe imaginava que em menos de um ano estaria entre os 275 alagoanos que estão na fila de um transplante. Desde então, vive entre a esperança e a angústia de encontrar um doador compatível, para que possa viver normalmente e retornar à sala de aula, da qual foi que foi obrigada a se afastar por força da doença.

Nesses cinco anos, Quitéria Soares passou por uma mudança drástica em sua vida. A notícia da doença causou surpresa, mas a professora nem de longe pensava que poderia ser mais uma a esperar por um transplante. Durante um ano, o tratamento se limitou a medicamentos e coletas quinzenais de sangue. No início de 2012, não teve alternativa, e foi encaminhada para fazer hemodiálise.
“Afastei-me do emprego, porque não tinha condições de trabalhar dois dias e ficar três fazendo hemodiálise. A luta é grande, mas, apesar desse tratamento, que não é fácil, estou confiante que vai aparecer um doador e vou me livrar dessa máquina”, diz Quitéria Soares, que está sempre animada e esperançosa.

Assessoria

Confiança

Mesmo confiante de que encontrará um doador, Quitéria Soares se mostra frustrada com o número de transplantes realizados no Brasil. Segundo ela, ainda é pequeno em relação ao número de pessoas que estão aguardando um órgão, para terem qualidade de vida. Ela afirmou que ainda há preconceito em relação à doação e muitas famílias se negam a doar, quando seus parentes evoluem para óbito.

Para Quitéria Soares, o Brasil precisa intensificar a campanha sobre a importância da doação de órgãos durante o ano todo, para mostrar a situação em que algumas pessoas se encontram, podendo até não sobreviver se não aparecer um doador.

“Vivemos na expectativa do surgimento de um doador e a frustração, porque esperamos dias, meses e até anos por um órgão. Esse tempo de espera poderia ser menor se as famílias concordassem em doar órgãos de parentes que morrem”, frisou a professora.
Fila de Espera em Alagoas

Apesar das campanhas de conscientização sobre a necessidade de doar órgãos, muitas famílias se negam no momento que são procurados pelos profissionais que trabalham na Central de Transplantes, principalmente quando ocorre a morte cerebral do paciente.

Em média, 55% das pessoas se negam em autorizar a doação. Alguns alegam que preferem que seus familiares sejam enterrados sem passarem pelo procedimento, para desespero de quem tem a doação como o único caminho para continuar vivendo.

No primeiro semestre de 2015 ocorreram 59 transplantes, sendo 47 de córnea, dez de rins e dois de coração. Já nos primeiros seis meses de 2016, a maioria foi de córnea (52), um de coração e quatro de rins.
“Alagoas só está credenciado para o transplante de rim, córnea e coração. A Central de Transplantes do Estado é a responsável em estruturar e gerenciar as listas de espera. Apesar de trabalhar com transplante de três órgãos apenas, isso não impede a doação dos outros. Quando há a autorização da família, é feito contato com a Central Nacional de Transplantes, para que o órgão doado seja enviado para outro local”, explicou a assistente social da Central de Transplantes de Alagoas, Lisieux Ferro.
 
Por Sete Segundos

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