Em Alagoas, exames de rotina podem evitar a morte súbita, alerta médico do HGE

Sem problemas cardiovasculares sabidos, Ilma Duarte, 54 anos, quase foi vítima de morte súbita, graças a uma angioplastia coronária
Sem problemas cardiovasculares sabidos, Ilma Duarte, 54 anos, quase foi vítima de morte súbita, graças a uma angioplastia coronária (Fotos: Neide Brandão)
Mais comum em pessoas idosas, portadoras de doenças cardíacas, a morte súbita pode levar qualquer indivíduo, desde jovens atletas a bebês, supostamente saudáveis, ao óbito de forma inesperada e relativamente rápida. O acompanhamento médico anual pode apontar doenças cardiovasculares e evitar o mal, segundo alerta o cardiologista clínico do Hospital Geral do Estado (HGE), Alex Barros.

A servidora pública Ilma Duarte, 54 anos, quase foi vítima de morte súbita. Sem problemas cardiovasculares sabidos, adepta de caminhadas e muito disposta na vida, ela foi internada no Hospital Geral do Estado (HGE) em setembro, graças a uma angioplastia coronária, um infarto fulminante foi evitado.

“Eu vinha sentindo, há mais de um ano, um certo desconforto no tórax, que atingia o pescoço e orelha esquerda. Mas como fiz meus exames de rotina e deram normais, relaxei. Um dia antes da internação, senti que não deveria ir trabalhar. Meu médico disse que isto me salvou! Meu trabalho exige uma certa força física e, provavelmente, meu coração não aguentaria”, contou a servidora.

Ilma estava com 99% das artérias coronárias obstruídas. A angioplastia reparou o vaso deformado, restaurando o fluxo sanguíneo dificultado pela presença de placas de gordura. As artérias coronárias são responsáveis pelo transporte de oxigênio ao coração.

Causas

De acordo com o cardiologista Alex Barros, na grande maioria dos casos de morte súbita a causa tem origem no coração. No entanto, problemas pulmonares, vasculares e cerebrais também podem levar o paciente ao óbito de forma súbita e inesperada.

Ele explicou que, o infarto fulminante é a forma mais comum de morte súbita em adultos já com histórico de infartos anteriores. Mas a morte súbita, ainda de acordo com o médico, também apresenta como fatores de risco as doenças cardiovasculares, como diabetes, hipertensão arterial, colesterol elevado e tabagismo.

“As arritmias cardíacas malignas, como a fibrilação ventricular, podem levar ao óbito de pacientes adultos e até atletas. Nestes casos, o coração do paciente com fibrilação ventricular não se contrai de forma efetiva e o paciente entra em parada cardíaca, apesar de ainda ter atividade elétrica no coração. O paciente fica sem pulso porque a atividade elétrica da fibrilação ventricular é tão caótica que ela não consegue comandar de forma efetiva a contração do músculo cardíaco”.

A morte súbita pode ser revertida, caso seja reconhecida e tratada imediatamente. O tratamento é feito com um desfibrilador, máquina que emite descargas elétricas de forma a abortar uma arritmia maligna. Hoje em dia, locais de grande fluxo de pessoas, como aeroportos e shopping centers, possuem essas máquinas, capazes de reconhecer arritmias e emitir descargas elétricas sempre que necessário.

Segundo o especialista, pacientes com elevado risco de arritmias malignas, principalmente aqueles com insuficiência cardíaca, podem receber um desfibrilador implantável, que é uma espécie de marca-passo cardíaco capaz de reconhecer e liberar descargas elétricas caso o paciente entre em arritmia.

“Em atletas, a imensa maioria dos casos de morte súbita tem origem cardíaca, provocada por uma doença cardiovascular já previamente existente, mas não diagnosticada até o momento da parada cardíaca. A causa é, normalmente, uma arritmia cardíaca maligna. O uso de drogas ilícitas e a predisposição genética também são fatores de risco para o mal”.

Outras causas

Também podem desencadear a morte súbita a embolia pulmonar (tromboembolismo pulmonar), ruptura de aneurismas (cerebral ou da artéria aorta), acidentes vasculares graves e casos pontuais de epilepsia. A síndrome de morte súbita infantil (SMSI), também conhecida como síndrome de morte súbita dos lactantes (SMSL), é a principal causa de morte entre bebês até o primeiro ano de vida. O período de maior risco ocorre entre os dois e os quatro meses.

O principal e mais famoso fator de risco é a posição na qual o bebê dorme. Crianças que dormem de barriga para cima têm muito menos chances de apresentar um quadro de morte súbita quando comparadas a crianças que dormem de lado ou com barriga para baixo. A popularização desse fato e orientação dos pais pelos pediatras tem levado a uma redução na incidência de morte súbitas em bebês em todo mundo.

Recomendação

O cardiologista do HGE orienta a sempre realizar os exames de rotina para estar por dentro do que acontece com o corpo. “Ter uma alimentação saudável, com a ingestão de frutas, verduras; associada à atividade física regular é de grande valia para evitar o mal. Hábitos saudáveis são grandes parceiros do coração e de todo o organismo. Lembrando que, caso se perceba qualquer alteração no organismo, algum tipo de dor, pressão, incômodo que não se tenha causa aparente, deve-se procurar um especialista para avaliação minuciosa. Nas primeiras 24h do início de qualquer sintoma, a situação cardíaca pode ser revertida”, alertou o especialista.

 Por  Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas

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