Celso Luiz e mais seis são denunciados pelo MPF/AL
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O
Ministério Público Federal em Alagoas (MPF/AL), por meio da Procuradoria
da República no Município de Arapiraca (PRM), denunciou o ex-prefeito
do município de Canapi (AL) Celso Luiz Tenório Brandão, o
ex-vice-prefeito Genaldo Soares Vieira, o ex-secretário municipal de
Finanças Carlos Alberto dos Anjos Silva e o ex-secretário municipal de
Assuntos Estratégicos Jorge Valença Neves Neto, além de outras três
pessoas, pelos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas
federais e organização criminosa. As denúncias decorrem de um
desdobramento da operação “Triângulo das Bermudas”.
Neste
primeiro momento, o MPF optou por apresentar uma denúncia parcial,
considerando que há réus presos e que a complexidade dos fatos demandam
mais investigações e análises por parte do órgão ministerial. O órgão
registrou a necessidade de manutenção da prisão preventiva de quatro
denunciados, pois em liberdade eles poderão atuar para atrapalhar a
investigação, como anteriormente ocorreu.
De acordo
com as investigações realizadas, há indícios suficientes de que os
denunciados foram os responsáveis por, em período pouco maior do que um
ano, desviar mais de R$ 15 milhões, considerando apenas as verbas
depositadas a partir de precatório pago pela União, sendo que antes
desse depósito, muitos recursos já vinham sendo desviados pela
organização criminosa denunciada.
O
inquérito policial instaurado para apurar irregularidades praticadas
pelos gestores do município de Canapi, entre os anos de 2013 e 2016,
constatou a utilização irregular de precatórios relacionados a crédito
judicial do extinto Fundef, atual Fundeb. Verba federal que deveria ser
investida exclusivamente na educação.
Desvio
– Os recursos eram transferidos das contas do Fundef/Fundeb para outras
contas do município ou diretamente para as de “laranjas”. A partir
dessas contas particulares ou da própria conta pública da prefeitura,
novas transferências para outras pessoas ou saques em espécie eram
realizados. Os “laranjas” eram pessoas humildes e pouco estudo de Canapi
e Mata Grande que foram ludibriadas pela quadrilha para lhes ceder o
nome, conta bancária e procuração.
Para o
MPF, o ex-prefeito Celso Luiz atuou como chefe da organização criminosa
enquanto os demais denunciados foram operadores do esquema de desvio dos
recursos públicos. Constatou-se que a totalidade dos recursos oriundos
de crédito judicial – precatório – depositados nas contas do Fundeb de
Canapi foram desviados.
Em 2016, a
Justiça bloqueou as contas do município porque constatadas as
transferências indevidas de R$ 8.316.763,51, em 2015, e mais RS
2.397.313,50, em 2016, para contas de terceiros. Mas, no final de 2016, o
vice-prefeito que assumiu a prefeitura com o afastamento de Celso Luiz
desviou o restante das verbas do precatório, quase R$ 6.920.894,46.
Prisões
– O MPF também pede a manutenção das prisões preventivas de Celso Luiz,
Genaldo Vieira, Carlos Alberto dos Anjos e Jorge Valença. Na visão do
procurador, as detenções devem ser mantidas para garantir a ordem
econômica e as investigações, tendo em vista que os recursos desviados
ainda não foram localizados.
Uma vez
soltos, os denunciados poderão usufruir desses recursos ocultos,
inclusive para facilitar a prática de novos crimes ou mesmo o
impedimento da investigação e do processo, bem como no risco de fuga.
Ressaltando que o pedido das prisões foi justificado por relatos de
tentativa de pagamento de testemunhas e colaboradores da Justiça.
Segundo o
procurador da República Carlos Eduardo Raddatz, “não se pode conceber
que permaneçam em liberdade criminosos, sobretudo aqueles econômica e
politicamente poderosos, que estão em plena prática dos delitos, vale
dizer, permanecem ocultando os valores desviados e os utilizando, em
detrimento de todos os munícipes de Canapi”.
A ação penal tramita na 11a Vara Federal, em Santana do Ipanema.
Por Ascom MPF/AL
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