Alagoanos dão a volta por cima após anos dependentes do crack
História de superação da cantora Patrícia Lima foi destaque na exposição Eu Vivo sem Drogas (Fotos: Ascom/Seprev) |
Sabe aquela lenda da ‘escadinha das drogas’, onde se costuma
dizer que a maconha é a porta de entrada para o uso de outros
entorpecentes? Pois bem. Estudos comprovam o que todo o ser humano
esclarecido já está cansado de saber: se há uma porta de entrada para o
uso de drogas pesadas ela está localizada na garrafa de bebida alcoólica
mais próxima.
Assim como milhares das pessoas com dependência química, a cantora
Patrícia Lima iniciou o uso das drogas aos 14 anos, com o consumo de
cigarro e bebidas alcoólicas. Foi por intermédio de um primo que ela,
logo após se deixar possuir pelas conhecidas drogas lícitas, conheceu a
maconha e depois o loló, o rivotril, o rufinol, a cola, o pó e o crack.
“Até então eu acreditava que poderia controlar a vontade pelo uso e
parar quando quisesse, mas as drogas me dominaram e foram longos 10 anos
de uso de crack”, lembrou ela.
Cansada e assustada com sua aparência física, em 2010, quando chegou a
pesar 40 quilos, Patrícia já não aguentava mais. Pediu ajuda para a mãe
e para os demais da sua família. Queria ser internada para tratar
aquele vício que estava destruindo sua vida e tirando o seu futuro.
“Foi quando minha prima, ao procurar na internet por ajuda, conheceu o
trabalho desenvolvido pela Rede Acolhe, que me encaminhou para a
comunidade Kerigma”, disse Patrícia.
Hoje, Patrícia está há seis anos em abstinência, limpa. Canta e
encanta com a sua bela voz nos palcos por onde se apresenta como
cantora.
Pedido de ajuda vem após chegar ao fundo do poço
Assim como Patrícia Lima, Nobério Moura conheceu a maconha antes de
todas as outras drogas. Foi aos 13 anos de idade, quando morava em
Santos, litoral de São Paulo, que ele experimentou pela primeira vez a
droga, por influência dos amigos.
“Até chegar ao uso do crack foi tudo muito rápido. Cheguei a perder
minha própria dignidade e o respeito das pessoas. Vendi tudo o que tinha
dentro de casa e realizei vários assaltos para manter o meu vício”,
conta emocionado.
Foi quando precisou voltar para Alagoas, que o jovem conseguiu se
manter limpo das drogas por 10 anos. Virou funcionário público no
município de Batalha. Após este período em que se manteve afastado das
drogas, veio a recaída. Nobério se envolveu novamente com o crack e viu
sua vida ser devastada mais uma vez.
“O fundo do poço foi quando tive que roubar o celular da minha
própria filha para trocar por drogas na boca de fumo. Por isso, fui
abandonado pela minha família e pelos meus amigos. Cheguei a viver como
mendigo, perambulando pelas ruas”, disse.
Nobério teve que aceitar a ajuda ofertada por seu primo e foi
acolhido, apenas com a roupa do corpo, pela comunidade Dona Paula, em
Arapiraca. Lá ele permaneceu em tratamento por oito meses, mas sua
estadia na instituição durou aproximadamente três anos. Lá, ele
permaneceu ajudando no acolhimento de outros dependentes químicos.
Hoje, há quatro anos em abstinência, trabalha como guarda no
município de Batalha. Recuperou a sua dignidade e a confiança da família
e dos amigos. E é nestes laços refeitos que ele encontra as forças para
manter-se livre das drogas e ajudando outras pessoas que, como ele, já
teve a vida devastada pelas drogas.
As duas histórias de superação, da cantora Patrícia e do guarda
municipal Nobério, representam milhares de dependentes químicos que já
passaram pela Rede Acolhe da Secretaria de Estado de Prevenção à
Violência (Seprev).
Essas e outras histórias da vida real foram destaques da exposição
‘Eu Vivo Sem Drogas’, realizada pela Seprev no Parque Shopping Maceió,
em alusão ao Dia Estadual de Prevenção e Enfrentamento ao Crack.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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