Câmaras de Delmiro Gouveia e Piranhas realizam audiência pública sobre privatização da Chesf e preservação do Rio São Francisco
Imagem Adalberto Gomes |
A
pretensa privatização da Eletrobras e, consequentemente da Companhia
Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), pelo Governo Federal, tem sido
motivo de preocupação para a população do Nordeste, em especial pelos
impactos sociais e econômicos que poderão ser causados na região. Além
de gerar energia, a empresa tem o papel de controlar as águas do Rio São
Francisco, e, consequentemente, sua preservação e conservação
ambiental.
Preocupados
com os impactos que a venda da companhia poderá causar para milhares de
nordestinos e para o Rio São Francisco, as câmaras de vereadores de
Delmiro Gouveia e de Piranhas uniram-se para a realização de uma
audiência pública que pretende pontuar os impactos da privatização e
alertar a população sobre o problema.
A
reunião acontecerá no dia 29 de setembro, às 10h, no Clube Palmeirão,
em Delmiro Gouveia. A proposição tem à frente o vereador por Delmiro
Gouveia Carlos Roberto Cacau Correia da Silva, e o vereador por Piranhas
José Cláudio Pereira dos Santos (Cacau Pereira). Os parlamentares
pretendem realizar um debate com lideranças ligadas ao setor elétrico,
defensores do Rio São Francisco e a comunidade. A reunião contará com a
presença de João Paulo Maranhão, do Instituto Ilumina; José Ailton de
Lima, ex-diretor de engenharia e operação da Chesf, e Anivaldo Miranda,
secretário executivo do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco
(CBHSF).
Para
os vereadores, a audiência é uma forma de alertar a sociedade para as
dificuldades que poderão acontecer caso a privatização se concretize.
Cacau Correia explica que a Chesf desempenha um importante papel no que
diz respeito à conservação ambiental do Rio São Francisco e na
preservação cultural na região onde está inserida. “Não podemos negar o
papel estratégico que a Chesf desempenha para toda a região Nordeste.
Sua atuação é ímpar, pela responsabilidade e ações destinadas a toda a
sociedade, sejam essas de caráter ambiental, ligadas à sobrevivência do
Rio São Francisco, como também de caráter social e cultural. A Chesf age
de forma a promover o desenvolvimento regional onde está inserida,
formando na memória viva da população, uma identidade e uma referência”,
explicou.
De
acordo com o vereador piranhense Cacau Pereira, um dos problemas da
privatização é a tarifa ficar mais cara, já que a Chesf vende energia
pelo menor preço possível. “A própria Aneel concluiu, caso ocorra a
privatização, haverá aumento da energia porque a empresa que comprar a
Chesf poderá praticar o preço de mercado, que atualmente está em quatro
vezes mais, e isso será repassado ao consumidor”, frisou.
Carlos Roberto chama a atenção para a importância da presença de toda a comunidade. “Estamos
realizando essa reunião para que possamos debater com a sociedade e
lideranças os impactos que essa privatização poderá trazer, por isso é
de grande importância a presença de todos”. Ele ressalta que estará
percorrendo os municípios alagoanos que margeiam o Rio São Francisco e
convidando para a audiência os prefeitos, vereadores e toda a população.
Cacau ressalta que também convidará a frente parlamentar contrária à
privatização criada na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe);
sindicatos e movimentos sociais, judiciário, câmara de vereadores de
Paulo Afonso, na Bahia, entre outras entidades.
Por Assessoria
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