Ex-prefeito de Santana do Ipanema é detido em operação policial
José Mário Silva é suspeito de integrar organização criminosa de desvio de recursos públicos (Crédito: Assessoria/MPE) |
O ex-prefeito de Santana do Ipanema, José Mário da
Silva, foi detido, nas primeiras horas da manhã desta terça (10),
suspeito de integrar uma suposta organização criminosa que desviava
recursos públicos da prefeitura do município. Além de José Mário, os
mandados de prisão foram cumpridos contra Cláudio Domingo dos Santos,
ex-servidor público e Fernando Pereira Guimarães, à época, secretário
municipal de Obras.
A operação, deflagrada pelo Grupo Estadual de
Combate às Organizações Criminosas (Gecoc) do Ministério Público
Estadual, cumpre 16 mandados, sendo três deles de prisão, um de coerção
coercitiva e outros 12 de busca e apreensão em residências e sedes de
empresas.
A fraude, que seria comandada pelo ex-prefeito,
contava com a participação de outros servidores públicos e empresários.
Eles teriam cometido crime de peculato durante a contratação de serviços
de som e iluminação para festas promovidas pelo Poder Executivo entre
os anos de 2014 e 2016.
Da administração pública foram alvos as Secretarias
Municipais de Finanças, Administração e Obras, a Comissão Permanente de
Licitação e o setor contábil.
A ação é resultado do Procedimento Investigatório
Criminal (PIC) nº 01/17, instaurado na semana passada. Por meio dele, o
Gecoc solicitou à 17ª Vara Criminal da Capital as medidas cautelares
necessárias à continuidade das investigações.
Documentos apreendidos
Foram apreendidos documentos relativos a processos
de licitação, dispensa de licitação, contratos e processos de pagamento.
Tudo isso referente a locação de estruturas de palco, som, iluminação,
aparelhos de projeção, banheiros químicos e geradores de energia.
As supostas locações foram para festas como
carnaval, emancipação política, São João, Festa da Juventude e
Independência do Brasil.
O esquema
A notícia-crime contra José Mário da Silva,
ex-prefeito da cidade de Santana do Ipanema, que durante as negociações
era tratado pelo apelido de “Lobo Mau”, foi feita ao Ministério Público
por um empresário que, por ter deixado de receber um dos valores
acordados no esquema, resolveu procurar a Promotoria de Justiça daquele
município.
Além do denunciante, outras duas empresas também são
suspeitas de participar do esquema. Apesar de vencerem licitações, elas
não estariam habilitadas para a devida prestação de serviços. E,
independentemente do trabalho ser ou não realizado, o dinheiro era pago
pela prefeitura.
Já em desfavor do empresário foi cumprido o mandado
de condução coercitiva. Todos eles são acusados dos crimes de peculato
(Art. 317 do Código Penal - apropriar-se o funcionário público de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de
que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio) e corrupção ativa e passiva.
Ainda não se sabe o valor total desviado na fraude,
uma vez que esse montante ainda está sendo apurado pelo Ministério
Público. Essa foi a primeira medida do novo procurador-geral de Justiça,
Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, no combate a corrupção em Alagoas.
“Essa será uma das nossas principais frentes de trabalho. Os atos de
corrupção não ficarão impunes”, disse o chefe do MPE/AL.
Por TNH1
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