Mutum-de-alagoas deverá ser reintroduzido no Estado até o final do ano
Outras espécies ameaçadas de extinção no bioma Mata Atlântica também serão beneficiadas
Originária da Mata Atlântica, ave está extinta da natureza desde a década de 70. (Foto: Parque das Aves/Colaboração)
Representantes do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ministério
Público Estadual (MPE) e Instituto de Preservação da Mata Atlântica
(IPMA) discutiram, nesta quarta-feira (3), as ações a serem adotadas
para a reintrodução do mutum-de-alagoas, em áreas preservadas da Mata
Atlântica alagoana.
A previsão é que a ave seja reintroduzida no Estado até o final do
ano. Para tanto há ações específicas sendo organizadas por um grupo de
trabalho que é formado, além do IMA, MPE e IPMA, pela Secretaria de
Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Batalhão de
Polícia ambiental (BPA), Centro Universitário (Cesmac) e a Organização
Não Governamental SOS Herpetologia.
Segundo o diretor-presidente do IMA, Gustavo Lopes, o apoio do órgão
ambiental acontece principalmente por meio da equipe de Gestão de Fauna,
da Gerência de Fauna, Flora e Unidades de Conservação. Mas, a
participação das equipes do Herbário e de áreas protegidas também é
importante.
“Toda a parte de conservação é fundamental, mas há ainda a equipe de
educação ambiental, por exemplo, que deverá ser acionada quando for
necessário”, comentou o diretor-presidente.
O procurador do MPE, Alberto Fonseca, disse que o mais importante “é
que esse não é um projeto apenas para o mutum, mas para diversas
espécies, principalmente de aves, existentes em Alagoas”. A afirmação é
feita porque a reintrodução da espécie implica a preservação e
recuperação de diversas áreas.
As áreas preservadas, como aquelas asseguradas pelas Reservas
Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), configuram locais
fundamentais para o mutum e outras espécies ameaçadas de extinção.
“Quase a metade das aves ameaçadas na Mata Atlântica estão presentes
no Nordeste. O projeto de reintrodução do Mutum assegura também a
proteção para cerca de 30 espécies”, assegurou o representante do IPMA,
Fernando Pinto.
O mutum-de-alagoas é originário do bioma Mata Atlântica, mas está
extinto na natureza. O maior problema enfrentado pela ave foi a
destruição do habitat natural, por causa da expansão da cana-de-açúcar e
a caça. Atualmente, ela se reproduz em cativeiro e a reintrodução
significa um marco para a continuidade da espécie.
Por Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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