Piranhas comemora 131 anos de Emancipação Política neste domingo (03), confira a história do município

Imagem Adalberto Gomes
Neste domingo, 03 de junho, o município de Piranhas, no sertão alagoano, está comemorando seus 131 anos de Emancipação Política. O município tem pouco mais de 25 mil habitantes, sendo uma referência no sertão de Alagoas, nordeste e Brasil no segmento turístico.

A cidade de Piranhas é conhecida carinhosamente como "Lampinha do Sertão", e oferece para o seu povo e para os turistas uma história cultural de encantar  a todos com seus  belíssimos cenários,  casas  coloridas, mirantes e o rio São Francisco.

A cidade de Piranhas marcou à história brasileira por ter sido palco para a exposição das cabeças do bando de  Lampião, após serem  decapitados em uma emboscada na Grota do Angico, no Estado de Sergipe. Em dezembro de 2003, a cidade de Piranhas foi tombada como patrimônio histórico nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Conheça a história do município

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Piranhas era conhecida como "Tapera". Reza a lenda que em um riacho, hoje chamado "das Piranhas", um caboclo pescou uma grande peixe, preparou e salgou, levando-o para sua residência. Lá chegando, verificou que se esquecera do cutelo. Voltando-se para o filho, disse: "Vá ao porto das piranhas e traga o meu cutelo". Essa versão foi passando de geração em geração e seria a razão de o lugar ter ficado com a denominação de Piranhas.

À parte a lenda, o termo é herança dos índios que viviam à margem do Rio São Francisco e chamavam o local de "Pira aî", que ao pé da letra significa "peixe-tesoura".

O arraial de Piranhas data do século XVIII. Na região, predominaram duas famílias: os Feitosa e os Alves. A localidade era, a princípio, conhecida como "Tapera". Com o passar do tempo, ao longo de casas e prédios espalhados, o nome "Piranhas" foi se estendendo desde o riacho até a povoação.
 
O estabelecimento da navegação a vapor, em agosto de 1867, fazendo o percurso Penedo-Piranhas, veio dar novo impulso ao município. Entretanto, o maior fator de desenvolvimento deve-se à construção da estrada de ferro Paulo Afonso, em 1881, fazendo o percurso de Piranhas à Jatobá, no estado de Pernambuco.

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O distrito de Piranhas foi criado pela lei provincial nº 964, de 20 de julho de 1885 e elevado à categoria de vila em 03 de junho de 1887 pela lei provincial nº 996, sendo então desmembrado do município de Pão de Açúcar.

Em 17 de outubro de 1939, o município passou a denominar-se Marechal Floriano, pelo decreto-lei federal nº 1686, voltando à antiga denominação (Piranhas) em 17 de setembro de 1949 pela lei nº 1473.

Piranhas ficou nacionalmente conhecida por conta do cangaço. Sediou um combate épico entre um de seus moradores, Seu Chiquinho Rodrigues e um dos bandos de Lampião. O tiroteio entre o aludido habitante de Piranhas e o famigerado bando marcou singularmente os valores nordestinos de honra, fé, amor à família. Tendo chegado a notícia que um dos bandos de Lampião invadira a cidade e estava por fazer atrocidades por onde passava, os moradores da cidade abandonaram-na em retirada urgente; exceto Seu Chiquinho Rodrigues, pois sua esposa Helenira Rodrigues estava de resguardo da primeira filha do casal. Movido pelo amor à família e um fundamental valor de honra, Seu Chiquinho armou-se com seu rifle e muita munição e pusera-se a esperar o bando de Lampião na sacada de sua casa, praticamente sozinho.
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Quando o primeiro dos cangaceiros apontou, iniciou-se o tiroteio, marcado pela bravura de um cidadão que ousara enfrentar um dos mais temidos bandos, em defesa da integridade física e moral de sua esposa, pois não a podia abandonar em tal situação. Dentro da casa (Sobrado) dos Rodrigues, a cena era em dois tons: na varanda, Seu Chiquinho, munido com seu rifle, enfrentava o bando de Lampião; no quarto, D. Helenira Rodrigues, buscava refúgio em sua fé, recitando o Rosário e suplicando a ajuda de Deus, com orações dirigidas à Virgem Maria. O tiroteio estendeu-se e só se encerrara quando o bando, tendo perdas e vendo não conseguir invadir a cidade, desistira do embate e caíra fora daquela cidade. Venceu a virtude nordestina de, buscando reforço na fé, defender o valor da família ainda que nas mais adversas situações.

Curiosamente, Lampião repreendeu seu bando por ter invadido uma cidade cuja padroeira era Nossa Senhora da Saúde, santa da qual ele era devoto. Diante do feito histórico, Seu Chiquinho Rodrigues foi presenteado pelo Exército Brasileiro com dois rifles de exclusividade das Forças Armadas, um dos quais foi recebido e o outro doado de volta ao Exército como forma de demonstrar seu amor à Pátria Mãe. Outras duas curiosidades acerca de Piranhas e do embate entre Seu Chiquinho Rodrigues e o Lampião é que (1) ambos nasceram em Serra Talhada, no Estado de Pernambuco, e que (3) Seu Chiquinho Rodrigues morrera no dia 3 de junho de 2002, aniversário de sua amada esposa e da cidade que tão bravamente defendera.

Quando da morte de Lampião e seu bando, aconteceu que, no Centro Comercial de Piranhas e na sede da Prefeitura de Piranhas, a cabeça de Lampião, e outros do seu bando, ficaram expostos após decapitação, para que ficasse bem claro a todos que o Exército Brasileiro vencera a batalha contra os cangaceiros de Lampião.

Bando de Lampião mortos/imagem google
Em Piranhas também foram rodados muitos filmes e documentários sobre cangaço e assuntos correlacionados, como Baile Perfumado, com o mesmo tema do cangaço. No museu da cidade, podem ser vistas várias fotos de Lampião, inclusive a famosa foto que mostra o empilhamento das cabeças na escadaria da prefeitura do Município. Neste mesmo museu trabalha hoje, como auxiliar, um dos policiais que, na época, mataram Lampião e seu bando.
 
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O município ainda é banhado pelo rio São Francisco. Piranhas foi reconhecida como patrimônio histórico nacional pelo IPHAN. Além do tombamento histórico, Piranhas destaca-se por encerrar o último trecho navegável do Baixo São Francisco; por ser cravada entre serras, o que lhe deu o carinhoso nome de Lapinha do Sertão; por ter feito parte da chamada Rota do Imperador, passagem de D. Pedro II; por ter sido palco de inúmeras visitas de artistas notáveis como Altemar Dutra, o qual - por seu grande amor por aquela cidade - fora homenageado com a rodovia Altemar Dutra e o nome da orla ribeirinha. Ademais, o Município de Piranhas abre caminho para o conhecido Canyon do São Francisco, o qual pode ser visita por meio de catamarãs e barcos, muito usados por turistas. No Município de Piranhas, também fica o conhecido bairro de Xingó, o qual serviu de base para a construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, pela Chesf, responsável pela geração de cerca de 25% da energia do Nordeste.

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Dentre as festas que mais se destacam na cidade estão o carnaval, que se realiza no centro histórico. O Forrogaço (Forró do Cangaço), no bairro de Xingó, que se realiza no início de junho, comemorando o aniversário da cidade e antecipação das festas juninas.

Uma das peculiaridades da Lapinha do Sertão, Piranhas, é sua singularmente bela vista por qualquer dos ângulos que se chegue à cidade, quer pela rodovia Altemar Dutra, quer pelo rio São Francisco ou pelo ar, de helicóptero.

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Por Redação Blog Adalberto Gomes Noticias com  Wikipédia, a enciclopédia livre

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