Alagoas capta R$ 2,3 milhões para pesquisas sobre Esclerose Lateral Amiotrófica
Pesquisadores da Ufal vão investigar novas estratégias terapêuticas para a ELA, por meio de estudos com células-tronco (Foto: Ascom/Fapeal) |
Quem não lembra o desafio do ‘balde de gelo’, postado nas redes
sociais de inúmeras celebridades e não celebridades, que viralizou pelo
mundo todo em 2014?
O intuito era aumentar a percepção social a respeito da Esclerose
Lateral Amiotrófica e, principalmente, levantar fundos de pesquisa para
que a ELA pudesse vir a ser melhor conhecida, viabilizando mais chances
de sucesso em seu diagnóstico e tratamento e no desenvolvimento de
técnicas e fármacos para ajudar os pacientes. O mais famoso portador da
doença é o astrofísico Stephen Hawking.
A iniciativa do balde de gelo arrecadou U$ 220 milhões, garantindo
uma cooperação de pesquisa entre 11 países, cujo primeiro resultado foi
anunciado em 2016: A descoberta do gene NEK1, que é parcialmente
responsável pela doença, que é degenerativa e irreversível. Estima-se
que, por ano, de duas a seis pessoas em cada 100 mil desenvolvam a ELA
no mundo.
A partir desta semana, o Estado de Alagoas também ganha condições
para encampar esta luta. No dia 8 deste mês, técnicos do Ministério da
Saúde deram o sinal verde para concessão de, aproximadamente, R$ 2,3
milhões para um grupo de pesquisa da Universidade Federal de Alagoas
(Ufal), cuja proposta é investigar novas estratégias terapêuticas para a
ELA, por meio de estudos com células-tronco. Todo o projeto deverá ser
desenvolvido no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
“A Fapeal teve um papel decisivo como articulador e captador desses
recursos. Participamos de algumas reuniões presenciais e por
videoconferência com o grupo de pesquisa de Alagoas e com a equipe
técnica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do
Ministério da Saúde, para ajudar nos ajustes do projeto. Felizmente,
essa história teve um final feliz”, explica Juliana Khalili,
coordenadora de projetos especiais e inovação da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de Alagoas.
O projeto de pesquisa é coordenado pelo professor Marcelo Duzzioni,
doutor em Farmacologia, ligado ao Instituto de Ciências Biológicas da
Ufal. Sobre a conquista, ele comenta que “permitirá a criação de um
laboratório para desenvolver pesquisas sobre ELA, mais especificamente, a
busca de alternativas terapêuticas para esta patologia”.
O diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, observa que
“a adição de um aparelho para pesquisas com células-tronco em Alagoas
aumenta nossa capacidade em pesquisa básica e aplicada”, avalia o
gestor.
Saiba Mais
De acordo com o médico oncologista, pesquisador e divulgador
científico Dráuzio Varella, o principal sintoma da ELA é fraqueza
muscular, acompanhada de endurecimento dos músculos (esclerose),
inicialmente num dos lados do corpo (lateral), e atrofia muscular
(amiotrófica), mas existem outros: cãibras, tremor muscular, espasmos e
perda da sensibilidade. Isso tudo é provocado pela degeneração
progressiva de dois neurônios motores, um no cérebro e outro na medula
espinhal.
Em Alagoas, a percepção pública da ELA tem aumentado, em parte,
graças aos esforços do médico Hemerson Casado Gama, portador de ELA, que
atuou como cardiologista e professor da Ufal por mais de 25 anos. Hoje,
é porta-voz de uma associação que leva o seu nome e declara “lutar
pelos direitos do cidadão portador de doença rara”.
Por Redação Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
Por Redação Blog Adalberto Gomes Notícias com Agência Alagoas
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