Uso de máscara é decisivo no combate à pandemia durante reabertura econômica em Alagoas
“Faço um apelo a todos: usem máscaras”, pediu o governador Renan Filho na última terça-feira (28) Felipe Brasil |
Até o surgimento de uma vacina contra o novo coronavírus, todo
cidadão alagoano deve se conscientizar de que a máscara veio para ficar –
no rosto. Um objeto com o qual todos precisam conviver diariamente, e
mais ainda com a reabertura econômica iniciada há algumas semanas no
estado.
“O uso concomitante de máscaras pelos interlocutores pode diminuir a
possibilidade de transmissão da Covid-19 para até 1,5%, quando ambos
estão usando máscaras, contra 70% quando o transmissor, mesmo que
assintomático, não está usando a proteção”, explica a infectologista
Tereza Tenório.
“Faço um apelo a todos: usem máscaras”, requisitou o governador Renan
Filho em coletiva de imprensa, na última terça-feira (28), quando
anunciou o avanço do interior do estado para a fase laranja e a
manutenção de Maceió na bandeira amarela. O secretário de Estado da
Saúde, Alexandre Ayres, também foi contundente no conclame à população:
“Exija que o seu interlocutor saia de casa com máscara”.
O tom incisivo das autoridades governamentais se ampara,
primeiramente, na comprovação científica de que proteger o nariz e a
boca reduz de modo eficaz as chances de transmissão. Um artigo publicado
no início de junho pelo The Journal of Hospital Infection, do Reino
Unido, constatou que, a depender do tipo de máscara, as taxas de
proteção contra o vírus variam entre 44% (máscara de pano) e 99% (modelo
N95).
A doutora Tereza Tenório, que também é representante da Associação
Alagoana de Controle de Infecção Hospitalar, cita inclusive outro
estudo, realizado na Alemanha, em que os cientistas avaliaram o efeito
das máscaras na propagação da Covid-19 em localidades cuja utilização da
máscara passou a ser obrigatória.
“A pesquisa indica que as máscaras faciais podem reduzir o número
cumulativo de casos do Covid-19 em até 13% durante um período de 10 dias
após se tornarem obrigatórias, além de diminuir a taxa de crescimento
diário das infecções relatadas em cerca de 40%”, afirma.
Riscos da pandemia
A Covid-19 já tirou a vida de 1.540 pessoas em Alagoas até esta
quarta-feira (29). No entanto, após o início do Plano de Distanciamento
Social Controlado, que permitiu a abertura gradual de diversos segmentos
da economia na capital, observou-se o relaxamento no uso das máscaras
por parte da população. É como se o começo da flexibilização para
funcionamento dos serviços tivesse sido confundido com o fim da
pandemia.
E não basta colocar a máscara: “É preciso seguir alguns cuidados
durante o uso, como não manusear a face externa, ter o cuidado de só
colocar e retirar através das tiras, lavá-las imediatamente após o uso
quando for reutilizável, e trocá-la sempre que estiver suja ou úmida”,
recomenda a médica Tereza Tenório.
Para a especialista, não há mais dúvidas de que máscaras faciais
reduzem consideravelmente os casos de Covid-19 e que “esta deverá ser
uma prática rotineira no nosso ‘novo normal’, devendo inclusive ser
obrigatória para evitar a transmissão do vírus Sars-Cov2 (novo
coronavírus) enquanto não tivermos uma vacina eficaz disponível para a
população”, pondera.
Por Agência Alagoas
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