Ambulatório LGBTQIA+ acompanha pacientes no Hospital Metropolitano de Alagoas
Ewa faz o acompanhamento no Ambulatório LGBTQIA+ do Hospital Metropolitano de Alagoas Catarina Magalhães Texto de Igor Nascimento |
Inaugurado em novembro de 2019, o Ambulatório LGBTQIA+ iniciou suas atividades no Hospital da Mulher Dª Nise da Silveira e, atualmente, suas atividades estão sediadas no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), onde mais de 40 pacientes são atendidos.
No Ambulatório
LGBTQIA+ do HMA os pacientes recebem tratamento com uma equipe
multidisciplinar totalmente preparada para atendê-los, com
especialidades como endocrinologia e mastologia, além dos profissionais
de psicologia e serviço social. O serviço também assegura exames de
imagem e laboratoriais, que são realizados na própria unidade
hospitalar.
Entre as pacientes atendidas pelo Ambulatório
LGBTQIA+ do HMA, está Ewa dos Santos, de 21 anos. Ela é natural de
Maceió, reside no bairro do Benedito Bentes e se percebeu como uma
mulher trans/travesti aos 18 anos, quando começou a sua transição. “Eu
não me sentia à vontade enquanto uma pessoa cisgênera e, com o tempo, as
coisas foram se adequando da forma que está hoje”, relatou.
Sobre a relação com a sua família, ela relatou que se sente privilegiada
pelo apoio recebido. “Sei que muitas pessoas trans/travestis passam por
coisas piores, como a expulsão de casa e agressão. Eu nunca passei por
isso. Meu único problema é a questão do pronome, mas, isso eu vou
corrigindo com o tempo”, salientou.
Como parte do tratamento
multidisciplinar, Ewa fez o acompanhamento com psicóloga e relata a
importância desse suporte. “Fiz o acompanhamento com a psicologia do
Ambulatório LGBTQIA+, além de terapia durante um tempo e ajudou muito!
Eu cheguei aqui uma pessoa totalmente deprimida e sai uma pessoa
renovada”, ressaltou Ewa.
Sobre a recepção no HMA, ela
ressaltou que se sentiu acolhida pela equipe. “Percebi que existe o
interesse em nos ajudar, que é um ambiente totalmente respeitoso, onde
seu gênero é respeitado, bem como, quem você é e seu pronome. Me senti
acolhida. São profissionais preparados para este tipo de atendimento”,
comemorou a jovem. Ela ainda diz já se sentir bem com o seu corpo e
mente durante o tratamento. “O importante é se sentir bem. Quando você
se sente bem, não há nada que faça você ter dúvida, o que te leve a algo
que você não imagina”.
Consciente da sua condição, Ewa orienta as pessoas que, assim como
ela, pretendem passar pelo tratamento. “Diria para ter paciência,
procurar se entender mais e buscar ajuda, porque a gente sabe que
existem vários métodos superperigosos e que fazem muito mal. Então, é
necessário procurar ajuda médica, porque eles vão te ajudar da melhor
forma possível e você será muito bem acolhida, onde terá o apoio de
pessoas que se importam com você e com o seu corpo”, recomendou Ewa.
Terapia –
A psicóloga responsável pelo acompanhamento dos pacientes do
Ambulatório LGBTQIA+, Débora Correia, ressaltou a importância da terapia
durante o tratamento. “Fazemos um trabalho de acolhimento das pessoas
LGBTQIA+, avaliando se o tratamento está sendo benéfico emocionalmente
para o paciente. A gente sabe de todas as alterações que o hormônio
causa no corpo e na mente. Então, buscamos estar mais perto para dar
mais conforto, para tirar as dúvidas”, salientou.
O Ambulatório
LGBTQIA+ já busca ir além das paredes do HMA, segundo ressalta Rosemar
Alexandre, supervisora do Serviço Social. Ela relata que, além de traçar
o perfil social dos pacientes, os profissionais buscam inseri-los da
melhor forma na sociedade e proporcionar as devidas oportunidades:
“Temos pacientes de 18 a 69 anos e, através desse estudo social, podemos
buscar oportunidades para que sejam inseridos socialmente e que
concluam todo o tratamento sem dificuldades”, assegurou.
“Entregar um tratamento de qualidade para todos os alagoanos sem
distinção é o nosso dever, e dar oportunidade para que essas pessoas
possam fazer seu tratamento, com toda a segurança, é essencial. Assim,
entregamos um tratamento seguro, em um ambiente humanizado, com o
acompanhamento necessário e 100% SUS”, finalizou Marcos Ramalho,
secretário executivo de Ações de Saúde e diretor do Hospital
Metropolitano de Alagoas.
Serviço – Para mais
informações, o paciente pode entrar em contato através do telefone (82)
3373-9641 e agendar avaliação e consulta com os especialistas no
Hospital Metropolitano de Alagoas, localizado no bairro Cidade
Universitária.
Por Agência Alagoas
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