“Saí de um inferno e vim para um paraíso”, diz paciente do AM que foi trazida para realizar tratamento da Covid-19 em Alagoas

Nilvana Cavalcante chegou a Alagoas na madrugada de quinta-feira (21)
Nilvana Cavalcante chegou a Alagoas na madrugada de quinta-feira (21) Felipe Chargel Texto de Paula Nunes

"Eu saí de um inferno e vim para um paraíso". O relato de Nilvana Calvalcante, 48 anos, uma dos 14 pacientes infectados pelo Covid-19 que foram transferidos do Amazonas para Alagoas, emociona. Ela contou que foi obrigada a ficar dez dias sem tomar banho e sem fazer as necessidades fisiológicas porque o hospital em que estava internada não tinha cilindros de oxigênio para levar os pacientes até o banheiro.

Desde a madrugada de quinta-feira (21) em Alagoas, Nilvana está recebendo tratamento humanizado e especializado no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA). Com quadro de saúde estável, ela conta que testemunhou momentos difíceis, quando estava em sua cidade natal, após testar positivo para o novo coronavírus. O Amazonas vive um caos no sistema de saúde com hospitais lotados e sem oxigênio suficiente para todos os pacientes.

Quando chegaram a Alagoas, os pacientes amazonenses ficaram divididos entre os leitos do Hospital da Mulher (HM) e do HMA.

“Estamos passando por uma situação muito difícil em Manaus. Lá, é tudo muito precário, nós estávamos jogados às moscas, literalmente. Falta gente para trabalhar, falta remédio, faltou até comida um dia. Com a ajuda de Deus, eu pude chegar até aqui! Desde o momento que cheguei, todos me receberam muito bem, me deram banho e eu saí renovada desse banho. Me alimentei, fiz minha necessidade e estou me sentindo muito bem”, disse Nilvana, após relembrar o que viveu dias atrás.

Emocionada, destaca que seu único desejo, agora, é voltar para sua família. “Quero agradecer muito pela acolhida de todos vocês de Alagoas, porque, se não saísse daquele lugar, tenho certeza que iria perder a minha vida. Aqui, eu estou tranquila e sei que vou voltar para a minha família, com saúde”, ressaltou a paciente, agradecendo a todos os profissionais de saúde que estão à frente do tratamento.

Alexandre Ayres, secretário de Estado da Saúde, destacou que os pacientes amazonenses estão recebendo um atendimento humanizado e garantiu que Alagoas tem disponibilidade para cuidar desses pacientes que chegaram. “Alagoas está no caminho certo e nós temos feito um trabalho com bons resultados aqui no estado. Vamos tratar esses pacientes do Amazonas, e a nossa meta é devolvê-los às suas cidades, para que possam voltar à convivência com os seus familiares, com saúde”, disse Ayres.

“O Hospital Metropolitano de Alagoas preza pelo tratamento humanizado de cada paciente, principalmente nesse momento de pandemia que estamos vivendo, e todos estão recebendo um cuidado especial para suprir a distância e a saudade da família”, ressaltou Marcos Ramalho, secretário executivo e diretor do HMA.

Operação Alagoas Solidária – Na madrugada da quinta-feira, a Sesau realizou a Operação Alagoas Solidária, onde 14 pacientes foram transportados pelo Samu Alagoas (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), para os Hospitais da Mulher e Metropolitano. Nos novos e modernos hospitais públicos do Estado, os pacientes de Manaus estão recebendo a assistência necessária.


Para o secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, em um momento tão complicado na saúde pública do Amazonas, a solidariedade ganha mais altivez. “Nosso povo tem histórico de solidariedade. Recebemos os 14 pacientes que precisam de tratamento para curar a Covid-19 e todos foram encaminhados para hospitais de referência, como é o caso do Hospital da Mulher e Hospital Metropolitano. Lá, eles terão tratamento adequado e humanizado. Presenciamos hoje uma integração de profissionais do Samu em um gesto humanitário para salvar vidas”, disse o secretário.

Por Agência Alagoas 

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