HGE alerta que desatenção à saúde pode resultar em AVC; saiba como identificar
Coordenadora da Unidade de AVC do HGE, Simone Silveira, destaca importância da agilidade na assistência Carla Cleto |
É comum que cheguem ao Hospital Geral do Estado (HGE) pessoas que não conhecem a sua própria saúde. Apegado ao fato de pouco ter precisado ir ao médico durante toda a vida, o operador de máquinas Fernando Nascimento, de 57 anos, é um dos muitos que não se atentou à necessidade de adotar hábitos saudáveis, o que resultou em um Acidente Vascular Cerebral (AVC) que podia ter lhe custado à vida. Mas, graças à Unidade de AVC do HGE, sua saúde foi restabelecida.
“Eu comia de tudo! Atividade física só a bicicleta quando ia trabalhar. Não achava que precisava ir ao médico se não sentia nada. A última vez que fui ao hospital foi quando sofri um acidente de trabalho, que me obrigou a cuidar do punho esquerdo, até porque precisava dele para trabalhar. Eu sabia, antes do AVC, que sou hipertenso, porque uma vez minha pressão subiu muito após comer, e quando mediram viram que estava alta demais. Fui ao posto de saúde e a partir daí passei a tomar o remédio”, lembra Fernando Nascimento.
Mas o que ele não sabia, até ser atendido no HGE, é que também possui diabetes. “Com a notícia de que tenho diabetes não posso mais fugir da dieta, do acompanhamento médico. Vou dar mais atenção à minha saúde. Estou terminando a fisioterapia, praticamente já recuperei a força no meu lado esquerdo do corpo. Essa graça eu devo primeiramente a Deus e depois a toda a equipe do HGE. Não quero deixar de valorizar essa segunda chance de vida que eu ganhei”, ressalta.
Fernando também é um exemplo dos vários usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que chegam ao HGE, unidade de urgência e emergência referência em Alagoas, e encontra o restabelecimento da saúde. Hoje ele está em casa, voltando à rotina com sua companheira e três filhos, mas essa realidade poderia ter sido diferente se ele não encontrasse a equipe assistencial qualificada para atendê-lo, desde a porta de entrada até chegar à Unidade de AVC.
”O HGE possui todos os equipamentos necessários para tratar pessoas como Fernando, que está incluso nas linhas de cuidados do hospital e procurou ajuda médica tão logo os sintomas apareceram. Essa agilidade nos facilita muito no trabalho de reversão da doença, pois a cada minuto que passa, no caso do AVC, uma parte do cérebro deixa de ser irrigada; e sem irrigação, as células podem morrer. Se não for feito o tratamento adequado, isso resulta nas temíveis sequelas irreversíveis, além de aumentar o risco de morte”, destacou a coordenadora da Unidade de AVC, Simone Silveira.
Entretanto, a médica alerta que a prevenção é sempre o melhor, pois diminui a chance do desenvolvimento de doenças que pedem a internação, o afastamento do trabalho, da vida familiar, do convívio com os amigos. Portadores de doenças crônicas e fatores hereditários precisam de ainda mais atenção e eliminação de maus hábitos de saúde.
“É sempre ruim o fumo, o consumo frequente de álcool, o uso de drogas ilícitas, o sedentarismo, o abuso de alimentos industrializados, gordurosos, ricos em sal, gordura e açúcar; eles não trazem nenhum benefício para o organismo e sobrecarregam o organismo, levando ao aumento de peso e o surgimento de doenças, como o AVC”, alerta a médica.
Alta letalidade – A Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares expõe que o derrame cerebral, como também é conhecido o AVC popularmente, é a doença que mais mata os brasileiros, sendo a principal causa de incapacidade no mundo. Aproximadamente 70% das pessoas que desenvolvem a enfermidade não retornam ao trabalho e 50% ficam dependentes de outras pessoas. A expectativa da Organização Mundial de AVC (Word Stroke Organization) é de que uma a cada seis pessoas no mundo desenvolverá a enfermidade ao longo de sua vida.
Os sintomas da doença surgem inesperadamente. Agora ex-paciente da Unidade de AVC, Fernando conta que tinha acabado de sair do banho quando de repente sentiu o lado direito do corpo adormecer, em pouco tempo também sentiu o mesmo no seu lado esquerdo e dificuldade de se sustentar em pé. “A vista começou a girar, sensação horrível. Sentei e pedi ajuda a minha companheira. Ela correu e pediu o apoio de outras pessoas. Eu só sei que me colocaram em um carro e me levaram para o HGE. Quando cheguei fui logo atendido, não demoraram. Fiz todos os exames para confirmar o AVC e, em seguida, recebi o tratamento”, recorda Fernando.
A coordenadora da Unidade de AVC, Simone Silveira, explica que Fernando chegou com um AVC do tipo isquêmico, quando há obstrução ou entupimento do vaso sanguíneo. Ele apresentou perfil adequado para ser submetido com segurança a uma trombólise, procedimento que visa dissolver o coágulo através de medicamentos.
“Mas para isso é importante a procura ágil pelo serviço de emergência mais próximo. Se perceber fraqueza ou formigamento, especialmente em um lado do corpo, confusão mental, alteração da fala ou compreensão, vista embaçada, desequilíbrio e dor de cabeça súbita e intensa, acione logo o Samu [Serviço de Atendimento Móvel de Urgência] ou venha em carro particular para o HGE. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais célere o tratamento, evitando mortes e sequelas graves”, pontua a médica.
Durante o período em que esteve no maior hospital público do Estado, Nascimento foi avaliado por várias especialidades médicas, que contaram com informações alcançadas através de ecocardiograma, eletrocardiograma, tomografia computadorizada, exames laboratoriais e outros equipamentos tecnológicos necessários para a conclusão do diagnóstico. Todos esses aparelhos também estão disponíveis para o atendimento a qualquer instante, mediante solicitação do médico no HGE.
“Estamos em fase de reestruturação de todo o hospital, no objetivo de garantir com mais segurança a continuidade dos serviços que a população já reconhece pela qualidade. Nosso intuito é oferecer aos usuários profissionais capacitados, exames confiáveis, tratamentos adequados, cuidados resolutivos e eficazes, acessíveis a qualquer instante, pois sabemos que o doente não pode esperar além do tempo estimado pela classificação de risco, conforme os protocolos de atendimento”, afirma o gerente do HGE, médico Paulo Teixeira.
Por Agência Alagoas
Nenhum comentário