Deficiente físico escala o Pico dos Marins com cadeira improvisada e ajuda de amigos

Denilson no Pico dos Marins em Piquete (Foto: Arquivo Pessoal)
A dificuldade de locomoção não impediu que um bancário de Lorena (SP) realizasse o sonho de subir mais de dois mil metros e chegar ao topo do Pico dos Marins, uma das montanhas mais altas de São Paulo. Denilson Rocha, de 39 anos, perdeu a perna direita em um acidente de moto, em 2004, e sonhava em refazer a trilha.

“Eu já tinha feito a trilha com 22 anos, mas quando aconteceu o acidente achava que nunca ia conseguir reviver aquilo. E eu sempre quis muito poder me superar e chegar lá de novo”, contou o bancário, que tem uma prótese.

A expectativa de voltar ao Pico dos Marins, em Piquete (SP), começou quando o amigo dele Marco Aurélio Macedo, que serviu o exército com o bancário até o ano do acidente, ligou pedindo o contato de um amigo em comum e contou que ia fazer a trilha.

"Na hora eu disse que queria ir também e ele topou a ideia. Convidamos alguns amigos, sendo que um deles é um guia. Fiquei ansioso”, contou Denilson.

Denilson usou cadeira de rodas adaptadas e foi carregado em alguns trechos (Foto: Arquivo Pessoal)
“Quando ele disse que queria ir, fiquei muito feliz. Moro tão perto e subo tantas vezes que estou acostumado, mas para ele isso fez a diferença. Muita gente decidiu ir para ajudar, inclusive militares que atuam hoje no exército”, contou Marco Aurélio.

Pico dos Marins tem mais de dois mil metros (Foto: Arquivo Pessoal)
Com uma cadeira adaptada, fabricada por um amigo serralheiro e uma corda, o grupo saiu de Piquete no começo da noite do dia 20 de julho. Foram sete horas de trajeto - que geralmente é feito em cerca de quatro horas.

Em alguns trechos, ele precisou de ajuda dos amigos para subir. Ele acamparam no ponto mais alto e retornaram quando amanheceu.

“Foi muito difícil subir, precisei de equipamentos de escalada. Minha maior dificuldade foi com a prótese para subir sem machucar a região da amputação, mas valeu a pena. Foi incrível conseguir tudo isso”, contou.

"Foi difícil para ele, mas mesmo cansado, ele não queria parar, estava motivado. Ele tinha o objetivo de chegar ao topo e foi muito gratificante quando conseguimos chegar lá”, comemorou Marco Aurélio.

Por G1

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