Expedição do Baixo São Francisco participa de Salão de Turismo em Petrolina/PE

Imagem Assessoria

De 19 a 22 de maio, a Universidade Federal de Alagoas, por meio da Expedição Científica do Baixo São Francisco, foi convidada a participar do 1º Salão de Turismo do Vale do São Francisco, em Petrolina-PE. A estrutura do evento foi montada na orla de Petrolina e reuniu o trade turístico, instituições e prefeituras, atraindo um público diversificado de profissionais da área, estudantes, professores e jornalistas.

A equipe da Ufal, composta pelos professores Emerson Soares e Themis Silva, a mestranda em Recursos Hídricos, Hanna Costa, e a jornalista Rose Ferreira, apresentou o trabalho desenvolvido no Baixo São Francisco e lançou a 5ª Expedição, que acontecerá de 3 a 12 de novembro, com abertura na cidade de Piranhas-AL e encerramento em Penedo-AL. Durante o atendimento no estande, o público pôde esclarecer dúvidas; conhecer as 35 áreas de pesquisa da Expedição; manusear equipamentos expostos, como a sonda multiparamétrica e o Veículo Remoto Operado em Baixo da Água (ROV); e receber exemplares das Revistas Saber Ufal e das cartilhas educativas sobre plásticos e manejo de pescado.

No sábado (21), Emerson Soares, coordenador-geral das Expedições, proferiu a palestra “Contribuições das Expedições Científicas para o desenvolvimento sustentável da bacia do São Francisco”, no auditório do Salão. A palestra reuniu pesquisadores, estudantes e amantes do Rio São Francisco, o maior rio inteiramente brasileiro, e revelou o resultado de pesquisas feitas ao longo dos anos, bem como as ações desenvolvidas para solucionar ou atenuar os problemas encontrados, tais como a falta de saneamento básico.

Dos 505 municípios percorridos pela Bacia do São Francisco, somente um faz tratamento de esgoto; os demais lançam os efluentes diretamente no rio, acarretando prejuízos ao meio ambiente, à pesca, à navegação, por conta do surgimento de macrófitas aquáticas, e à própria população. Outro problema preocupante na região do Baixo, que representa 6% da Bacia do SF, é a intrusão salina. “Muitos ribeirinhos estão sem acesso à água de boa qualidade, estão morrendo de sede na beira do rio. O índice de salinidade nas regiões de Piaçabuçu e Penedo está acima de 1ppm, enquanto a recomendação da legislação nº 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é de 0,5ppm. Isso sem falar em Penedinho, a 18km da Foz, onde esse índice chega a 4ppm. A sociedade civil organizada e os pesquisadores precisam estar atentos”, destacou Soares.

Sobre as contribuições das Expedições para o desenvolvimento sustentável, foram citados exemplos como o da cidade de Piranhas-AL, que teve um aumento de 32% no turismo; a divulgação da região do Baixo pela mídia local, nacional e internacional; as construções de fossas agroecológicas; as doações de microtratores para associações em processo de certificação orgânica; as ações de educação ambiental desenvolvidas nas escolas públicas ao longo dos municípios alagoanos e sergipanos visitados; e o projeto de construção de um berçário de peixes, em São Brás-AL, para repovoamento do São Francisco.

Outro importante fruto da Expedição do Baixo teve destaque, ao fim da palestra, por meio da professora Thaís Guimarães, da Universidade Estadual de Pernambuco (UPE): a região do submédio São Francisco terá sua primeira Expedição, de 14 a 20 de agosto. “É desafiador, mas estamos muito empenhados, sendo uma equipe interdisciplinar, com 48 pesquisadores dispostos a identificar as potencialiades, os pontos positivos e os pontos fracos dessa região grande e cheia de especificidades que é o submédio. Vocês do Baixo são referências e estamos felizes por essa parceria”, ressaltou Thaís, em nome da coordenação local. Para a professora Danielle Gomes, da área de Ecologia da UPE, a Expedição do Submédio tem motivado bastante os colegas: “Com o diagnóstico que faremos da situação ambiental e social de toda essa região, esperamos conseguimos aplicar esse conhecimento integrado em prol dos ribeirinhos e dos povos originários que aqui habitam”.

Tiago Holanda, doutorando em Geomorfologia Costeira na Universidade Federal Fluminense (UFF), foi um dos presentes na palestra e se sentiu entusiasmado com tudo que viu e ouviu. “Fico muito feliz em ver um projeto instigante e inspirador como esse. Projetos integradores nos motiva muito, porque vemos na prática pesquisadores transformando a sociedade. Vale a pena estudar e se dedicar à ciência!”, confessou Tiago.

O Salão de Turismo do Vale do São Francisco foi uma iniciativa pioneira e continuará se fortalecendo a cada ano. “Em nome do comitê organizador do 1º Salão de Turismo, queremos agradecer o apoio mais do que institucional da Ufal e da Expedição; foi uma parceria mesmo. A palestra foi impactante e o atendimento no estande foi exemplar e brilhante. Parabéns à equipe e já quero aproveitar a oportunidade para reiterar o convite para o próximo Salão, que acontecerá em 2023, em Juazeiro-BA”, pontuou Sérgio Martins, presidente da Cooperativa de Produtores e Empreendedores do Turismo e do Agronegócio do Submédio do São Francisco (Coopemvale) e organizador do evento.

A palestra “Contribuições das Expedições Científicas para o desenvolvimento sustentável da bacia do São Francisco” foi transmitida ao vivo e está disponível no perfil @expedicao_saofrancisco, no Instagram. A apresentação e os dados utilizados pelo prof. Emerson Soares podem ser acessados através do l1nq.com/OWge1.

Por Ascom Ufal

 

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