Cuidados com gestantes e crianças reforçam novas perspectivas para futuras gerações de Alagoas

Beneficiada pelo Cria com as filhas gêmeas
Beneficiada pelo Cria com as filhas gêmeas Ascom Seades Texto de Karina Lima Moraes

Ao longo dos últimos anos, a Primeira Infância - de 0 a 6 anos de idade - tem recebido um cuidado especial por parte das políticas públicas do estado. Programas federal e estadual, alinhados a gestões municipais, recorrem a diferentes pastas da administração direta - assistência social, saúde e educação - para garantir a intersetorialidade na atenção às novas gerações de Alagoas.

O alinhamento entre ações de diferentes esferas do poder público tem forma e ação efetivas. Dois programas, implantados no estado, ilustram bem a abordagem integral à infância: o Programa Criança Alagoana (CRIA), idealizado em esfera estadual, criado em  2018, e o Programa Criança Feliz (PCF), configurado em âmbito federal, presente em Alagoas desde 2016. Voltados a gestantes e crianças, ambos trabalham com a perspectiva de contribuir no desenvolvimento físico e emocional dos pequenos procedentes de famílias em situação de vulnerabilidade social. 

Em 1º de fevereiro de 2021, o governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social (Seades), lançou o Cartão CRIA, o maior programa permanente de transferência de renda do Brasil, depois do Programa Bolsa Família. Documento do Criança Alagoana, presente nos 102 municípios do estado, assiste famílias em situação de pobreza e extrema pobreza com o valor de R$ 100 mensais até a criança completar seis anos de idade. 

O Secretário de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Sílvio Bulhões, destaca o papel do Cartão Cria no processo de efetivação das políticas voltadas às gestantes e  crianças alagoanas. 

“O Cartão Cria é um importante programa para o desenvolvimento integral da Primeira Infância em Alagoas. Uma vez que, através do auxílio financeiro pago mensalmente pelo Governo do Estado, as famílias beneficiárias poderão melhorar a condição nutricional tanto de gestantes como de crianças até seis anos de idade, mas também o acompanhamento do cumprimento de condicionalidades de saúde e assistência social que vão permitir a melhoria de uma série de indicadores, que causarão um efeito muito positivo para a Primeira Infância no estado como um todo, permitindo assim que obtenhamos uma verdadeira transformação social”, explicou Sílvio Bulhões.

As condicionantes para a manutenção do cadastro no Cartão CRIA é imperativa e se conjuga ao suporte financeiro oferecido pelo estado: realização de pré-natal e puericultura, atualização da carteira de vacinação, acompanhamento nutricional e participação familiar nas orientações oferecidas pelos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Além disso, faz parte do CRIA, a oferta de vagas em creches, existentes e a serem construídas, além de rede hospitalar diversificada direcionada ao público-alvo do programa.

Ações ampliadas - Soma-se ao CRIA, o Programa Criança Feliz  que visa à garantia de direitos na Primeira Infância. Para isso, entre outras diretrizes, incentiva o acompanhamento nos serviços socioassistenciais; estimula os vínculos familiares com o escopo do desenvolvimento integral das crianças; amplia as ações de educação permanente em temas sensíveis ao programa, e prioriza a integração em Famílias Acolhedoras de crianças afastadas do convívio familiar. Dos 102 municípios do estado, o PCF foi implantado em 100 localidades.

Efetivado por equipes municipais compostas de supervisores e visitadores, o PCF integra-se à dinâmica familiar nas visitas domiciliares, objetivando o estímulo do contato entre a criança e o seu cuidador, mediante brincadeiras e jogos lúdicos que colaborem para o desenvolvimento socioafetivo da criança. Sem esquecer o público beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC), também assistido pelo Criança Feliz.

A coordenadora estadual do PCF em Alagoas, Simone Sampaio, pondera sobre o papel do programa no contexto das ações voltadas à infância.

“É um programa da Política de Assistência Social, mas tem a característica intersetorial, quando se trabalha diversas políticas públicas, como saúde, educação, em prol da Primeira Infância. Considero o Programa Criança Feliz de extrema importância para o nosso estado, visto que pesquisas e evidências científicas mostram que, quanto mais cedo se investe na Primeira Infância, melhor retorno se tem para o indivíduo e a sociedade. Temos o Criança Feliz como um dos investimentos para ampliar a proteção às nossas crianças, alcançando a população mais vulnerável, investindo num futuro melhor para os alagoanos”, disse Simone Sampaio.

Ambos os programas utilizam o CRAS como referência no território para diferentes ações: inscrição no Cartão Cria, acompanhamento e orientação das famílias beneficiárias. Equipamento da Assistência Social, coordenado em nível estadual pela Seades, o CRAS se faz presente em todos os municípios de Alagoas como porta de entrada para as Políticas Públicas da Proteção Social Básica.

Atendimento de vanguarda- A Primeira Infância é a fase de vida da criança de 0 a 6 anos de idade, em que são consolidados diferentes níveis de desenvolvimento socioafetivo, que vão determinar a maturação do indivíduo ao longo de sua vida. Os programas, voltados a esta etapa da infância, visam ao estímulo dos potenciais físicos, emocionais e intelectuais de maneira integral e sistemática. 

Gerciane dos Santos França, moradora do município de Pilar, beneficiária do Cria e do PCF, fala da sua experiência com ambas iniciativas socioassistenciais. 

“Criança Feliz é um programa que veio ajudar muitas mamães, inclusive a mim, que já faço parte há três anos. Ele me ajudou no desenvolvimento, dando toda assistência a minha filha, com atividades super criativas, que a minha filha ama. Infelizmente, veio a pandemia, mas, sempre se importando com os seus pequeninos, elas fazem lives, mandam mensagens, dinâmicas. Sou muito grata por toda a assistência. Já o Cartão Cria veio na melhor hora: tenho duas filhas, meu marido está desempregado, nossa situação não estava nada bem; mas, graças a Deus, com esse programa, vai mudar muito, com essa renda extra, nós podemos nos estabilizar mais”, contou a beneficiária.

A presença destes dois programas no estado coloca Alagoas no mapa das unidades federativas alinhadas à vanguarda das políticas públicas: ações direcionadas às novas gerações, que são responsáveis por redesenhar as configurações sociais e escrever o futuro, com base nas instruções do presente e nas experiências do passado.  

Por Agência Alagoas

 

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