A corrida eleitoral de um candidato com ELA em Alagoas
Imagem divulgação |
O Estado de Alagoas tem uma campanha política atípica. O eleitorado alagoano pode eleger o primeiro candidato portador da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) do país: Hemerson Casado Gama, que disputa a uma vaga para deputado federal. Se eleito, ocupar uma cadeira no Congresso Nacional será um marco para sociedade brasileira. Ele não anda, não fala, não pode apertar a mão dos eleitores, dar abraços calorosos ou pular no meio do povo, como fazem os tradicionais políticos brasileiros. Mas nada disso está impedindo que o médico cardiologista aposentado saia às ruas e, do seu jeito, transmita o seu recado.
A principal mensagem que o candidato Hemerson Casado quer passar, é que sua limitação física não será um obstáculo para que ele cumpra o dever de um parlamentar na Câmara Federal. Sentado em uma cadeira de rodas, ele tem enfrentado “calçadas horrorosas” e “uma cidade que não dispõe de nenhuma acessibilidade para pessoas com deficiência”, como ele explicita. Suas ações têm sido realizadas em bairros da capital, indo desde o Mercado da Produção, na Levada, até panfletagens em meio aos carros no trânsito de Maceió. Sua programação, até o dia de votação, também inclui visitas ao interior de Alagoas.
Para isso, o médico tem contado com o apoio de uma van adaptada, que possui travas com gancho no piso para fixar a cadeira de rodas, elevador, cinto de segurança e até tomadas para carregar seu equipamento de respiração mecânica. Vale ressaltar, que Hemerson Casado, desde que descobriu ser portador da doença, tem visitado o Brasil e o mundo para se reunir com autoridades em busca de recursos e avanços de pesquisas científicas em doenças raras.
A principal mensagem que o candidato Hemerson Casado quer passar, é que sua limitação física não será um obstáculo para que ele cumpra o dever de um parlamentar na Câmara Federal. Sentado em uma cadeira de rodas, ele tem enfrentado “calçadas horrorosas” e “uma cidade que não dispõe de nenhuma acessibilidade para pessoas com deficiência”, como ele explicita. Suas ações têm sido realizadas em bairros da capital, indo desde o Mercado da Produção, na Levada, até panfletagens em meio aos carros no trânsito de Maceió. Sua programação, até o dia de votação, também inclui visitas ao interior de Alagoas.
Para isso, o médico tem contado com o apoio de uma van adaptada, que possui travas com gancho no piso para fixar a cadeira de rodas, elevador, cinto de segurança e até tomadas para carregar seu equipamento de respiração mecânica. Vale ressaltar, que Hemerson Casado, desde que descobriu ser portador da doença, tem visitado o Brasil e o mundo para se reunir com autoridades em busca de recursos e avanços de pesquisas científicas em doenças raras.
“Quero mostrar às pessoas que não sou nenhum incapaz. Tenho condições de sair da minha casa, ir à rua, sair do meu estado, lutar no Congresso, ir para outro país se for preciso. Minha mente está muito lúcida e ela permite que eu lute pelos meus projetos na Câmara”, afirma o candidato.
Comunicação
Devido a ELA, Hemerson Casado perdeu a fala. Hoje ele se comunica através de um dispositivo – Tobii- instalado em seu computador. Através dos raios infravermelhos dos olhos, ele aciona letras e palavras na tela do seu notebook, e este, emite o que foi digitado com os olhos, em som.
Nas ruas, quando não é possível usar o dispositivo, Dr. Hemerson usa uma tabela criada por ele próprio, composta pelos números e pelas letras do alfabeto. Cada conjunto de letras é representado por uma cor, que quando citada pelos cuidadores, Hemerson confirma com o olhar se é a letra que deseja para construir a palavra ou não. Assim, seus cuidadores repassam o que ele quer informar para os eleitores.
“O que um político saudável pode fazer, eu posso fazer também, e digo mais: posso fazer mais ainda porque minha vida gira em torno de atividades que buscam ajudar as pessoas que mais precisam”, diz Dr. Hemerson, que acrescenta: “É claro que meus cuidadores e técnicos de enfermagens serão meus anjos da guarda que me ajudarão a exercer o mandato”. Dr. Hemerson fica, atualmente, sob os cuidados de sete pessoas que o ajudam a se comunicar e o acompanham em suas viagens.
O que pode fazer um candidato com ELA na Câmara dos Deputados?
Dr. Hemerson já é figura carimbada nos Ministérios da Saúde, Educação, Ciência e Teconologia. A doença não o impediu de se relacionar com autoridades políticas do Brasil e do mundo em busca de recursos para o desenvolvimento da saúde no país, principalmente em Alagoas. Nessas peregrinações, ele articulou o investimento de mais de R$ 2 milhões para equipar o laboratório de pesquisas em células tronco da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
Um dos projetos que Dr. Hemerson pretende levar à Câmara é a criação de um Polo Biotecnológico em Alagoas para o tratamento em doenças raras e neurodegenerativas dividido em: hospital de doenças raras, centro de reabilitação, polo de pesquisa e condomínio industrial para fármacos. Segundo Hemerson, além de levar assistência médica, social e humanizada para os pacientes e seus familiares, o polo irá possibilitar a formação e qualificação de profissionais, fomento às pesquisas científicas, convênios com universidades nacionais e internacionais e criação de patentes e novas tecnologias.
“Desde sempre peregrino pelos ministérios em busca de desenvolvimento em pesquisas, assistência médica e social, investimentos em infraestrutura de laboratórios, hospitais e universidades federais. Além da área da saúde, posso contribuir para educação, ciência, tecnologia, turismo e trabalho inclusivo”, destaca. Como deputado, ele pretende ampliar seus projetos, viabilizando melhorias no Sistema Único de Saúde, por exemplo.
“Falta gestão profissional e tem muita corrupção no SUS. Temos que tomar as rédeas da gestão, aumentar o orçamento da saúde e combater a corrupção, tornando crimes contra a saúde pública em crimes hediondos”, defende. Ele acredita que o SUS deve oferecido aos brasileiros que não podem custear serviços particulares. “Os brasileiros com situação financeira mais avantajada deveriam contribuir com uma coparticipação progressiva”, finaliza.
Por Repórter Maceió
Nenhum comentário