Verbas pagas por acusados em crimes vão beneficiar deficientes em Delmiro Gouveia
Foto TJ/AL |
O juiz da 1ª Vara de Delmiro Gouveia, Elielson Pereira, visitou as três instituições sociais às quais serão destinados mais de R$ 97 mil oriundos de pagamentos feitos como pena alternativa ou por meio de acordo entre acusado e Ministério Público. O promotor Dênis Oliveira e a defensora pública Andrea Tonin também participaram da atividade, nesta quinta-feira (18).
A decisão sobre a destinação foi
proferida no dia 4 de maio. Metade do valor será revertido para a
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae); 25% para a
Associação dos Deficientes Físicos de Delmiro Gouveia (Adefideg); e 25%
para o Instituto Crescer Cidadão.
O juiz
Elielson Pereira avalia que a regulamentação do Conselho Nacional de
Justiça sobre o assunto (Resolução nº 154/2012) tem um papel fundamental
na garantia de que as prestações pecuniárias serão bem utilizadas.
"Essa
normativa dá uma destinação social e racional para os recursos.
Normalmente se fazia destinações casuísticas, mas hoje é publicado um
edital, são chamadas pessoas, instituições, órgãos de interesse social,
que apresentam projetos", explicou o magistrado.
As instituições contempladas habilitaram-se junto à unidade
judicial para receber os repasses e, em audiência, esclareceram acerca
de suas necessidades atuais. A divisão dos recursos foi proposta pela
Defensoria Pública, e teve parecer favorável do Ministério Público.
O
promotor de Justiça Dênis Oliveira frisou que os institutos
despenalizadores presentes na legislação penal são benéficos à
sociedade.
"Em algumas situações, em que os
crimes não são praticados com violência, e a gente sabe que a pessoa que
praticou não é contumaz, é muito mais efetivo que essa pessoa possa
prestar algum tipo de serviço ou prestação pecuniária para a sociedade,
ao invés de cumprir uma punição de reclusão ou detenção", disse o
promotor.
As famílias usuárias dos serviços da
Apae serão beneficiárias desse mecanismo legal. A instituição atende
pessoas com deficiência intelectual, desde bebês a idosos. "Hoje temos
12 profissionais trabalhando aqui aqui, na áreas de psicologia,
pedagogia e fisioterapia, e os instrutores de música, dança e capoeira",
informa Vânia Lúcia, diretora da Apae.
A
Defensoria Pública assistiu a Apae no processo de habilitação, como
conta a defensora Andrea Carla Tonin. "Há cerca de seis meses, a Apae
nos procurou, com uma situação bastante complicada, inclusive correndo
risco de encerrar suas atividades. Nós recebemos o projeto e habilitamos
no processo, e felizmente eles poderão seguir com suas atividades, que
são importantíssimas para a comunidade de Delmiro Gouveia".
Valfrânia Santos, presidente da Adefideg, estima que a verba
recebida vai beneficiar 50 famílias. "A gente vai destinar para a compra
de máquinas de costura para mães que são atendidas aqui e em Barragem
Leste. A gente sentiu a necessidade de a família, a mãe, os pais, saírem
da ociosidade, e fazerem cursos, tanto pra o bem-estar deles, quanto
para ter uma renda".
Já no Instituto Crescer
Cidadão, que dá assistência a pessoas com câncer, o dinheiro servirá
para montar uma sala de fisioterapia e para a manutenção das atividades
cotidianas.
"Temos muitas pacientes
mastectomizadas, que precisam de fisioterapia. Temos parceria com o
Município, que disponibiliza o fisioterapeuta, mas não os equipamentos.
Ou seja, pra gente é fundamental, é um um sonho", relatou Rosilane
Brasiliana, presidente do Instituto.
As entidades deverão fazer a prestação de contas à medida que os valores forem sendo utilizados aos fins sociais.
Por Ascom TJ/AL
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