Covid-19 em crianças: Pediatra orienta sobre prevenção e quando procurar atendimento médico
A pequena Agatha Thalita foi uma das crianças acometidas pela Covid-19 em Alagoas e que se recuperou da doença Marcel Vital Texto de Neide Brandão |
Ainda são muitas as dúvidas que existem em relação à Covid-19,
muitas delas envolvendo as crianças. Afinal, para elas o risco é menor
mesmo? A partir de que idade podem usar máscaras? Quais os sintomas que
se destacam nos menores? A pediatra do Hospital Geral do Estado (HGE),
Ana Carolina Ruela, ressalta que os sintomas nos pequeninos podem passar
desapercebidos dos pais, mas, mesmo que a maioria seja assintomática,
conforme vem sendo verificado ao longo do último ano, eles podem
transmitir a doença e, em alguns casos, desenvolver outras patologias
que já se mostraram extremamente graves.
“Em geral, os sintomas
básicos do novo coronavírus nas crianças são tosse, febre baixa,
diarreia, vômitos, mal estar geral e pouco apetite. Confunde-se muito
com uma gama de outras viroses comuns nesta época do ano. Por isso,
muitas vezes, pode passar despercebido para muitos pais”, salientou a
pediatra do HGE, Ana Carolina Ruela.
Segundo ela, independente
da doença, é muito importante que a criança seja avaliada por um médico
se houver persistência do quadro ou sinais de piora clínica. “Sintomas
como uma febre que perdure por mais de três dias, cansaço, dor ou
pressão forte na região do peito ou abdômen devem ser observados com
atenção, porque podem ser indicativos de um quadro mais grave e até
mesmo da SIM-P [Síndrome Multissistêmica Inflamatória Pediátrica], que,
em alguns casos, desenvolve-se após um mês da contaminação pelo novo
coronavírus”, ressaltou.
Ana Carolina Ruela pontuou, ainda, que
menores de um ano, cardiopatas, crianças com doenças degenerativas ou
neurológicas, oncológicas e até reumatológicasmrequerem maior cuidado
por serem considerados grupos de risco para a Covid-19. “Na Síndrome
Inflamatória Multissistêmica, vários órgãos do corpo, como coração,
pulmões, pele, cérebro e olhos, ficam inflamados e geram sintomas como
febre alta, dor abdominal intensa, vômitos, aparecimento de manchas
vermelhas na pele, mãos e pés edemaciados e com descamação e cansaço.
Estudos demonstram que as crianças podem contrair o vírus e que as
formas graves da doença são raras, diferentemente do que ocorre com os
adultos. Elas transmitem a doença menos do que os adultos porque têm
menor carga viral, em especial, as menores de um ano”, pontuou.
Casos
– Segundo o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado da
Saúde (Sesau), desde o início da pandemia, 4.035 crianças menores de 10
anos foram acometidas pela Covid-19 em Alagoas, dos 148.422 casos
confirmados em todo o Estado. Do total, 14 evoluíram para óbito.
Entre as crianças acometidas pela doença provocada pelo novo
coronavírus, muitas necessitaram de internação hospitalar, a exemplo dos
pequenos Waggner Enzo, de 4 anos, que passou 20 dias internado na
Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e Ágatha Thalita, de apenas um ano e
dois meses, que passou 11 dias internada. Outra criança que precisou de
hospitalização foi Anne Karolayne, que, antes mesmo de completar um mês
de vida, passou 19 dias internada em um leito de UTI Pediátrica.
Prevenção
– De acordo com a especialista, os cuidados preventivos são bem
parecidos com os dos adultos, observando a faixa etária. Ana Carolina
Ruela recomendou que, além de manter o distanciamento social, as
crianças devem ser incentivadas a priorizar a lavagem das mãos
frequentemente com água e sabão ou utilizar álcool em gel a 70%,
desinfetar superfícies e objetos utilizados com maior frequência, evitar
tocar os olhos, boca e o nariz e utilizar máscara.
“É
importante observar que para o uso da máscara em crianças, existem
várias recomendações diferentes. Pessoalmente, acho por bem utilizar, a
partir dos quatro anos, pois menos que isso ela não entende a
funcionalidade. No caso de menores de quatro anos, quem deve utilizar
são aqueles que têm acesso à criança e não ela. Uma dica que não pode
ser esquecida para quem convive com menores de idade é observar e buscar
ajuda médica sempre que notar algum comportamento diferente ou algo que
chame a atenção com relação à saúde”, orientou a pediatra.
Por Agência Alagoas
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